Fórum Abinee TEC 2023 destaca importância da tecnologia

18/07/2023

Uma nova política industrial que permita ao setor eletroeletrônico exercer seu papel de protagonista na transformação digital do País. Esta foi a principal mensagem do Fórum Abinee TEC 2023, realizado nesta terça-feira (18), com o tema “O Futuro da Tecnologia na Indústria”, durante a abertura da 31ª FIEE, no São Paulo Expo.

“Trabalharemos arduamente para fortalecer as políticas públicas relacionadas ao setor eletroeletrônico que é fundamental para o desenvolvimento do setor de telecomunicações e para o progresso do ecossistema digital do País”, afirmou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.

Ele abordou temas como o Plano Nacional de Inclusão Digital e o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) para expandir a banda larga no País. “A pandemia acelerou o processo de transformação digital, mas temos que dar condições para incluir 20% da população que ainda está desconectada”, disse. “Com inclusão digital e social poderemos reduzir as desigualdades do País”.

O ministro também destacou a importância do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial – CNDI, do qual a Abinee faz parte, que visa à proposição de políticas nacionais e medidas específicas destinadas a promover o desenvolvimento industrial brasileiro.

O secretário de Ciência e Tecnologia para Transformação Digital do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Henrique Miguel, ressaltou que o setor eletroeletrônico, principalmente, a área de TICs, tem importância estratégica para diversos segmentos da economia, como saúde e agricultura. Neste sentido, classificou como fundamental o estreitamento da parceria entre o setor público, privado e acadêmico. Miguel destacou também a retomada do suporte à indústria no atual governo. “Estamos trabalhando em uma nova política industrial com papel destacado da ciência, tecnologia e inovação”, disse.

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, agradeceu o apoio da indústria eletroeletrônica para a digitalização da economia, seja pela fabricação de dispositivos, seja pelo fornecimento de equipamentos de infraestrutura. “As empresas do setor trazem inovação e tecnologia, mesmo diante do manicômio tributário e do custo Brasil”, afirmou.

O presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, defendeu medidas urgentes para estancar o acelerado processo de desindustrialização. “Entendemos que a tão almejada reindustrialização ou neo-industrialização do País só ocorrerá de fato com a Reforma Tributária”, afirmou. “Hoje a sociedade compreende que temos um sistema tributário injusto, caótico, e complexo que necessita com urgência ser alterado”.

Na opinião de Barbato, a Reforma Tributária deverá eliminar a cumulatividade e os resíduos tributários que oneram as exportações, além de propiciar a simplificação do sistema para melhorar a atração de investimentos.

O presidente eleito da CNI, Ricardo Alban, afirmou que o momento é oportuno para a adoção de políticas públicas que promovam a retomada do setor industrial e da produtividade. “Nunca se falou tanto em indústria e tecnologia”. Para isso, defendeu a desoneração do custo financeiro, tão nocivo à indústria quanto o custo tributário, que afeta diretamente os investimentos.

O presidente do Conselho de Administração da Abinee, Irineu Govêa, destacou o dinamismo dos segmentos representados pela Associação, que neste ano comemora 60 anos de atuação, sempre em constante evolução. “Neste contexto, o papel da Abinee nos próximos anos será o de continuar colaborando com o governo na orientação de políticas que façam com que a indústria possa ser fortalecida”, disse.

Representando o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima, ressaltou o programa de reindustrialização da atual gestão com foco em energia limpa. “O etanol é o nosso carro-chefe”. Segundo ele, a intenção é aproveitar as potencialidades de cada região do estado almejando uma matriz limpa e diversificada. A iniciativa tem o objetivo de estimular o desenvolvimento econômico e social do Estado de forma homogênea, diminuindo as diferenças entre os municípios.

A secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho da Prefeitura de São Paulo, Aline Cardoso, representando o prefeito Ricardo Nunes, disse que o compromisso da cidade é desenvolver a economia do futuro, baseada na tecnologia e criatividade, na economia verde e circular, além da responsabilidade social baseada nos conceitos do ESG. “A indústria eletroeletrônica é parceira da prefeitura para alcançar esses objetivos”.

O evento de abertura do Fórum contou a palestra do especialista Ronaldo Lemos, mestre em Direito pela Universidade de Harvard, para falar sobre o tema “O Futuro da Tecnologia na Indústria”. “Dados são o novo petróleo”, afirmou Lemos. Segundo ele, a convergência entre dados, software e manufatura é o maior desafio para o Brasil ter uma indústria na vanguarda tecnológica. Lemos também salientou o design como fator essencial para a indústria contemporânea.

O especialista defendeu a necessidade de o País desenvolver uma política nacional de dados, que pode ser combustível para home office, inteligência artificial, indústria 4.0, agricultura de precisão, smart cities entre outros. “O Brasil precisa deixar de ser grande consumidor de tecnologia para ser um grande produtor de tecnologia e inovação e a indústria eletroeletrônica é essencial”.

Também participaram do Fórum Abinee TEC 2023 o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão e o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo, Vahan Agopyan.

O Abinee TEC marcou a abertura da 31ª FIEE, que segue até o dia 21 de julho, no São Paulo Expo. O diretor geral da RX para a América Latina, Claudio Della Nina, afirmou que a expectativa é de que o evento gere mais de R$ 2 bilhões em negócios. Durante a semana, 400 marcas vão expor produtos e soluções. São esperados cerca de 30 mil visitantes de mais de 80 países. “Esta é uma edição pautada na transformação digital”.