BNDES e ABDI apresentam programas de incentivo para startups na FIEE

26/07/2019

O Brasil conta com um ecossistema vigoroso de startups: são mais de 12 mil de acordo com dados da Startupbase. Segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups), a quantidade de empresas cadastradas na associação dobrou entre 2012 e 2017, passando de 2.519 para 5.147 negócios. Diante desse cenário, representantes do BNDES e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) apresentaram seus programas de incentivo para startups nesta quinta-feira (25) na Ilha do Conhecimento de Inovação e Negócios Tecnológicos durante a FIEE Smart Future.

Por parte do BNDES, Romulo Ramalho Matheus falou sobre o BNDES Garagem, criado em 2017 a partir de um concurso interno do banco em busca de novas ideias. São duas iniciativas: o Programa de Desenvolvimento de Startups, que oferece uma série de serviços, como metodologia, consultoria, rede de mentores, acesso a mercado, entre outros; e Centro de Inovação e Empreendedorismo, que deverá ser inaugurado em 2019, no Rio de Janeiro, e que vai oferecer um espaço físico para integrar todo o ecossistema do programa.

São 49 startups participantes do projeto, com atuação em áreas como educação, saúde, Internet das Coisas, segurança, meio ambiente, soluções financeiras, economia criativa, blockchain e outras.

“Através de tudo isso, queremos articular uma rede nacional de hub de inovação. Precisamos unir diferentes hubs para gerar mais parcerias”, destacou.

Atualmente, o BNDES conta com mais de 40 fundos de investimento para startups. São mais de 170 empresas investidoras que, junto ao banco, possuem mais de R$ 15 bilhões de capital comprometido.

Representando a ABDI, Lanna Dioum destacou o pioneirismo da agência em conectar startup com indústrias. Segundo ela, o processo foi desafiador, e demandou mudanças internas na própria equipe da instituição.

“É muito difícil abandonar certos conceitos que existem em nós. Só que o mundo muda muito rápido, então tivemos que trabalhar de um jeito diferente”, disse.

Efetivamente, o Programa Nacional Conexão Startup Indústria teve início em 2017. Foram selecionadas algumas indústrias como Embraer, 3M, Caterpillar, Votorantim Cimentos, entre outras, que lançaram seus desafios e as startups tiveram que elaborar provas de conceito para solucioná-los. Cada startup selecionada levou um prêmio de R$ 80 mil e aquelas escolhidas pela melhor prova de conceito ganharam R$ 200 mil.

E os resultados alcançadas para as indústrias foram expressivos: Lanna destacou que uma das empresas teve aumento de 5% no lucro líquido; outra apresentou diminuição de 240 mil e-mails por mês; outra ainda teve 20% de redução de paradas na linha de produção. Além disso, 109 postos de trabalho foram gerados nas startups.

“Agora queremos entrar no mundo de escala e pretendemos gerar o primeiro unicórnio brasileiro de verdade”, afirmou, referindo-se ao termo que indica uma startup com avaliação de preço de mercado no valor de mais de US$ 1 bilhão.