Revista Abinee 96 - Dezembro/2018

dezembro 2018 | Revista Abinee nº 96 | 15 OBrasil está diante da 4ª Revolução Industrial e a indústria eletroeletrônica é protagonista nesse processo. De que maneira o novo go- verno pretende trabalhar conjuntamente com nosso setor a fim de assegurar a inserção do Brasil nesse novo contexto tecnológico? Com toda a tecnologia envolvida no negó- cio industrial e com todos os fenômenos ligados à indústria 4.0 há grandes oportu- nidades de avanço tecnológico e de ino- vação. Mas é importante ressaltar que a nossa visão de indústria não é apenas a de manufatura, mas uma visão moderna que inclui todos os serviços do pacote indus- trial, como, por exemplo, desenvolvimento de marca, design, canais de distribuição, estratégias de financiamento — uma série de serviços complementares à indústria que devem ser vistos dentro de um com- plexo industrial moderno, como ocorre nos países mais desenvolvidos. O Brasil precisa avançar nessa direção. Precisamos olhar a inovação de uma forma mais ampla, que inclua mais do que Pesquisa e De- senvolvimento, que envolva também uma melhor compreensão do consumidor, dos mercados e dos processos produtivos. Ou seja, inovação no sentido de oportunidade de geração de valor. Um tema sensível é o da abertura comercial. Apesar de favorável, a indústria se preocupa com a forma que esse processo será feito. De que maneira o novo governo pretende tratar a questão? A indústria deveria se preocupar também com a possibilidade desse processo não acontecer. Com o passar do tempo, o fecha- mento comercial leva o país a uma desco- nexão com os mercados globais, tornando cada vez mais difícil depois fazer uma aber- tura e tornar o país competitivo. Portanto, em primeiro lugar nós precisamos da abertura. Não fazê-la é ruim para todo mundo. Em se- gundo lugar, nós somos liberais. Os liberais são evolucionários, não revolucionários. E, portanto, num processo evolucionário nós vamos abrir a economia. Isso é uma determi- nação do presidente e dos nossos eleitores. No entanto, esse processo será feito de ma- neira gradual, negociada e simultânea a uma redução do custo Brasil. Nós não podemos mais ter um custo Brasil alto e, como contra- partida, ter uma economia mais fechada. Isso é a condenação à mediocridade. O Brasil moderno e competitivo é um país com custo baixo, economia aberta e empresas prontas a competir e vencer no mercado internacio- nal. Esse é o Brasil que queremos. Carlos da Costa “Nós precisamos da abertura. Mas será feita de maneira gradual, negociada e simultânea à redução do custo Brasil.”

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