DEZEMBRO 2024 | REVISTA ABINEE 25 CAPA Ele defendeu a necessidade de se criar um arcabouço legal que estimule o desenvolvimento tecnológico e que não coloque entraves para a atuação das empresas. Preocupação semelhante foi externada pelo presidente executivo da Abinee. “É imprescindível para o setor industrial que a futura legislação seja compatível com os regulamentos já vigentes no Brasil, sem o acréscimo de novas burocracias”. Barbato lembrou que a Abinee tem participação ativa nas discussões sobre o tema no âmbito governamental, com a condução da diretora do Grupo de Trabalho Inteligência Artificial e Segurança Cibernética da entidade, a advogada Ana Paula Bialer, que mediou os debates do evento, pontuando o posicionamento do setor eletroeletrônico sobre os diversos tópicos apresentados nos painéis. Adoção de IA na indústria e segurança cibernética O primeiro painel tratou as iniciativas já em andamento de utilização de tecnologias de Inteligência Artificial pelo setor industrial. O diretor de Desenvolvimento de Negócios e Estratégia da Siemens, Jose Borges Frias Junior, e o líder de Inteligência Artificial da IBM Brasil, Fabio Ferreira de Lima, apresentaram cases de aplicações de soluções para aperfeiçoar processos produtivos com foco na eficiência energética, descarbonização, sustentabilidade entre outros. Já o diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas para América Latina da Cisco, Giuseppe Marrara, abordou as estratégias e desafios no combate a ataques cibernéticos em redes por meio da IA, num contexto de massiva digitalização e circulação de dados. “Esse volume já supera a escala humana e necessita de processamento sobre-humano. Por isso, a Inteligência Artificial é essencial para a segurança das redes”, afirmou. Regulação Aprofundando as discussões sobre a regulamentação da IA no pais, a diretora da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), Miriam Wimmer, e a secretária adjunta da Secretaria Especial de Assuntos Parlamentares (SEPAR/SRI/PR), Vivian Oliveira Mendes, reforçaram a necessidade de se construir uma legislação que promova se segurança de dados e usuários, mas também contribua para o desenvolvimento tecnológico. Ambas ressaltaram a importância da participação do setor industrial nos debates sobre o Projeto de Lei em tramitação no Congresso Nacional. Fomento e PD&I O diretor de Incentivos às Tecnologias Digitais (DEINC) do MCTI, Hamilton Mendes, e o coordenador Geral de Inovação Digital (CGID) do Ministério, Rubens Caetano Barbosa de Souza, apresentaram detalhamentos das políticas de apoio à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no contexto do PBIA e as ações em curso para fortalecer IA com foco na Lei de TICs. Entre esses instrumentos estão os Programas e Projetos Prioritários de Interesse Nacional (PPIs), opção de investimento em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) para empresas beneficiárias da Lei de TICs. A iniciativa destina recursos para ações do setor privado em parceria com institutos de pesquisa. Na ocasião, o diretor de Tecnologia e Inovação do CPqD, Paulo Curado, apresentou diversos casos de projetos em andamento de aplicação de Inteligência Artificial em segmentos como agronegócio, saúde, inspeção de qualidade em manufatura, além da capacitação de engenheiros por meio de residência tecnológica. Financiamento Elo essencial para o estímulo à IA no país, as possibilidades de financiamento e recursos disponíveis foram tema de exposição do superintendente de Desenvolvimento Produtivo e Inovação (BNDES), João Paulo Pieroni. Ele ressaltou a retomada do papel do banco de fomento nas diversas iniciativas governamentais como o programa Nova Indústria Brasil, a fim de contribuir para o processo de transformação digital da indústria.
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