Revista 104 - Dezembro/2023

dezembro 2023 | Revista Abinee nº 104 | 5 O governo está ciente de que é preciso reverter o processo de encolhimento da participação da indústria de transformação no PIB, que reduziu sua participação de 15% em 2010 para pouco mais de 11% em 2020. Além disso, os problemas de baixa competitividade enfrentados pela indústria afetam, em especial, setores que produzem bens mais sofisticados. Em uma década, as empresas de produtos de alta e média tecnologia, como itens de informática e veículos, tiveram sua participação no setor industrial reduzida de 23,8% para 18,7%. Dessa forma, qualquer estratégia de reindustrialização ou neoindustrialização passa pelo aumento da sofisticação tecnológica do tecido produtivo brasileiro, na qual a agenda de inovação tem peso fundamental e a indústria elétrica e eletrônica é protagonista. Compreendendo segmentos como automação, TICs, componentes, equipamentos para a área de energia elétrica entre outros, o setor está habilitado a dar sua contribuição em temas de grande impacto na sociedade e que serão endereçados na nova Política Industrial, como eletromobilidade, segurança cibernética, cidades inteligentes, inteligência artificial, indústria 4.0, economia circular entre outros. O setor eletroeletrônico é, portanto, uma indústria base para que o Brasil possa almejar uma reindustrialização com ampla difusão tecnológica. E essa relevância faz com que a responsabilidade da Abinee, em seus 60 anos completos de história, seja ainda maior para estar à altura desse protagonismo. Humberto Barbato - presidente executivo da Abinee Desde a crise financeira e principalmente no pós-pandemia, o tema da Política Industrial tem ganhado corpo novamente. Diversos países em diferentes estágios de desenvolvimento voltaram-se para si, como forma de potencializar suas bases industriais e o desenvolvimento tecnológico. Diferente do caráter centralizador e protecionista do passado, essas novas estratégias são mais ágeis e flexíveis, buscando endereçar uma estrutura produtiva ambientalmente sustentável e de base tecnológica, que promova a geração de empregos de qualidade e a provisão de serviços, gerando externalidades positivas para atender às demandas da sociedade. E é essa postura que está sendo adotada nas discussões do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), do qual a Abinee faz parte. Eduardo Raia

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