Revista 104 - Dezembro/2023

dezembro 2023 | Revista Abinee nº 104 | 35 blemas da Indústria”. O evento, realizado em 1978, focou questões decisivas como o combate à inflação e a criação de medidas que integrassem parcela significativa da população ao mercado. Outro ponto importante foi a urgência de políticas de estímulo à independência tecnológica via ampliação das atividades de pesquisa e desenvolvimento, como fator essencial para diminuir a dependência econômica do Brasil. Os anos 1970 chegavam ao fim com o prenúncio de uma profunda crise. Em 1979, o Brasil sofre com mais um choque provocado pela crise do petróleo. O cenário político começava a mudar. Inaugurava-se o governo do general João Figueiredo. Anos antes, o partido de oposição MDB - Movimento Democrático Brasileiro - conquistara vitória nas eleições parlamentares e os sindicatos dos trabalhadores entravam em cena. Para a Abinee, foi o período de ampliação de sua estrutura, culminando na transferência da sede da entidade para as instalações do prédio da Fiesp, em 1978, na Avenida Paulista, assim como a compra de uma sede exclusiva para a realização de reuniões. Os desafios da década perdida O mergulho na década perdida - como ficaram conhecidos os anos de 1980 - tinha como componentes a crise cambial, o endividamento externo, a hiperinflação, o desemprego e a queda na renda per capita. O milagre econômico ficava no retrovisor e a busca pela retomada do crescimento surgia como obsessão e meta a ser atingida. A Abinee, conduzida por Firmino Rocha de Freitas, posicionava-se de forma clara e direta, dizendo não à recessão. Esta foi a principal mensagem extraída do III Congresso Brasileiro da Indústria Elétrica e Eletrônica, realizado em 1981, que apresentou como tema central os Rumos para a Continuidade do Desenvolvimento Econômico. Os empresários do setor criticavam a situação do momento, com problemas no balanço de pagamentos não resolvidos pelo Brasil por falta de uma avaliação correta do que ocorria desde a década passada. O III Congresso propunha, também, a procura de uma fórmula de crescimento com mudança, preconizando um sistema político de estrutura verdadeiramente democrática. Defendia, ainda, a solução dos problemas sociais como uma das prioridades do exercício da democracia. Num momento de grande turbulência externa causada pela moratória da dívida mexicana em 1982, que desencadearia em um efeito cascata nos países vizinhos da América Latina, o PIB brasileiro decrescia e a inflação disparava. Mesmo diante deste quadro, o setor eletroeletrônico apresentou crescimento de 5,1% naquele ano. Entretanto, a Abinee advertia para o início de um processo agudo de descapitalização das empresas, por conta, entre outras razões, da explosão da taxa de juros interna. Os segmentos do setor eletroeletrônico mais atingidos foram os de telecomunicações e de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, devido aos cortes dos investimentos públicos implementados pelo governo. Em 1983, o estrangulamento cambial do Brasil torna-se público e o governo escreve a primeira de uma série de cartas de intenções ao FMI, comprometendo-se a alcançar um superavit comercial de US$ 6 bilhões, um corte de 50% no “Em um Brasil como o nosso, que representa uma das maiores economias do mundo, é preciso acompanhar, analisar e praticar a transformação industrial. E são essas habilidades que eu vejo na Abinee, seja na pessoa de seu presidente, Humberto Barbato, seja nos associados que compõem a entidade. Seguimos juntos em prol do Brasil. Vida longa para a Abinee. Deputado Marcos Pereira, (Republicanos- SP)

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