Revista 104 - Dezembro/2023

30 | Revista Abinee nº 104 | dezembro 2023 o início da década de 1960, o Brasil assistia ao rápido processo de migração de sua população do campo para a cidade, iniciado anos antes. Neste contexto, a indústria, aos poucos, ganhava mais espaço na economia brasileira. A agricultura, que respondia por um quarto de tudo o que era produzido no Brasil em 1950, tem sua participação limitada a 16,3% do PIB em 1963. A indústria, ao contrário, só crescia. No mesmo período, sua participação no PIB, que era de 24,1%, atinge 32,5%. Acompanhando essas transformações, uma classe média ativa e atuante, ainda que pouco numerosa, começava a desfrutar das benesses da sociedade de consumo. E, entre os produtos que contribuíam para posicionar a população neste novo padrão de vida, mais moderno e priorizando o conforto, estavam os eletroeletrônicos. A indústria eletroeletrônica vivia um franco processo de expansão de suas atividades naquele período, tendo sido um dos setores mais impulsionados pelo Plano de Metas do governo Juscelino Kubitschek (1955-1960), ao lado do setor automobilístico. Ao mesmo tempo, o cenário político brasileiro era conturbado. A renúncia do ex-presidente Jânio Quadros colocou o País em uma grave crise, que se aprofundou a partir do mandato de João Goulart, durante a experiência parlamentarista, e diante do difícil quadro de aceleração inflacionária, conflitos sociais, greves urbanas e movimentos rurais. Pioneirismo, consolidação e primeiros desafios Em meio a este caldo político e econômico complexo, um grupo de 67 representantes de empresas, liderados por Manoel da Costa Santos, antevendo a necessidade de união premente para a defesa dos interesses da indústria eletroeletrônica, reuniu-se, em 26 de setembro de 1963, no Palácio Mauá, em São Paulo, para fundar a Abinee. “Eu sou um privilegiado por ter participado da história dessa Associação tão importante para o nosso Brasil. E que tanto fez e faz pelo País numa área tão estratégica como a eletroeletrônica. Saudar os 60 anos da Abinee é saudar o trabalho responsável e de alto nível que a Associação realiza pela construção de um ambiente propício à industrialização nacional, à atração de investimentos, à pesquisa e desenvolvimento tecnológico e também à transformação digital.” Maximiliano Martinhão, Secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações – MCOM Manoel da Costa Santos discursa em evento com empresários do setor eletroeletrônico N

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