Revista Abinee 102 - Dezembro 2022

20 | Revista Abinee nº 102 | dezembro 2022 “O esforço de implantação permitiu que, até o dia 7 de outubro, todas as capitais do País já dispusessem de redes 5G em operação, feito memorável”, ressalta o diretor da Área de Telecomunicações da Abinee, Paulo Castelo Branco. O desafio agora será a implantação das redes 5G nas áreas interioranas. Na opinião de Castelo Branco, 2023 será o ano das redes privadas para atender a aplicações específicas destinadas à indústria, saúde, agronegócio, infraestrutura de portos e minas, segurança, educação e mobilidade urbana. “A implantação do 5G no biênio 2022/2023 marcará o ingresso das telecomunicações no centro das operações das empresas e dos serviços públicos, permitindo maior flexibilidade, segurança e menor custo operacional”, afirma o diretor. Segundo o diretor da Área de Dispositivos Móveis da Abinee, Luiz Carneiro, a implantação das redes 5G é um marco histórico para a indústria de celulares do Brasil. “Se o 4G já havia trazido uma revolução nas nossas vidas, permitindo o desenvolvimento de milhares de aplicações, serviços de transporte, mapas, streaming, o 5G com sua velocidade e baixa latência, agora será uma revolução ainda maior, proporcionando aplicações como cidades inteligentes, carros autônomos e telemedicina”, comemora. Carneiro lembra que a indústria de celulares, já em 2020, havia lançado seus primeiros modelos 5G no Brasil. “Devemos fechar 2022 com mais 100 modelos homologados na Anatel e em 2023 teremos muito mais modelos de diversas marcas e nas mais variadas faixas de preços para atender a população de forma geral”, informa. Ele lembra que outro destaque do ano foi a forte atuação da Abinee no combate ao mercado cinza, junto com órgãos federais como a Anatel e a Receita Federal, diversas ações foram realizadas, como fiscalizações que resultaram em apreensões de telefones irregulares (ver matéria sobre o assunto nesta edição). Na área de Informática, uma das principais conquistas foi a prorrogação do regime de ex-tarifário, que passou a valer até o final do ano de 2028. O diretor Maurício Helfer, lembra que o ano foi de dificuldades e de muito trabalho. “Depois de termos uma estabilidade nos nossos PPBs, tivemos alguns desafios como: as mudanças que ocorreram no IPI ao longo deste ano, o que causou uma certa insegurança jurídica e o retrabalho para as empresas do setor”, afirma. xxxxxxxx Bens de capital As áreas de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica (GTD), Automação Industrial, e Equipamentos Industriais foram as que mais cresceram em 2022, com aumentos superiores a 15%. GTD foi beneficiada pela retomada dos investimentos das distribuidoras e o prosseguimento dos investimentos em geração por meio das fontes renováveis alternativas e da continuidade das obras dos leilões, principalmente, das linhas de transmissão. “Tivemos crescimento na produção dos equipamentos da área e crescimento do faturamento, não somente pelo aumento em unidades, mas também pela maior complexidade tecnológica dos produtos vendidos (maior valor agregado)”, afirma o diretor da Área de GTD da Abinee, Marcelo Machado. Ele lembra que, na geração, houve um leilão de energia nova, que resultará em investimentos de cerca de R$ 3 bilhões e em 557 MW das fontes hidráulica, eólica, solar, biomassa e resíduos sólidos. Machado destaca também, como fator positivo, a participação dos resíduos sólidos como nova fonte para a matriz elétrica brasileira. E, como fator negativo, a explosiva importação de módulos fotovoltaicos, com "ex-tarifários" na sua quase totalidade. Até outubro, foram importados mais de 110 milhões de módulos, a um custo de US$ 4,3 bilhões. “Como o governo federal isentou de imposto de importação esses módulos, o País deixou de arrecadar mais de R$ 2 bilhões”, informa. Os módulos, são o produto do setor eletroeletrônico mais importado e o sexto produto mais importado do Brasil, ficando atrás apenas dos combustíveis (diesel, petróleo, gás natural, carvão mineral) e do cloreto de potássio. “Temos cinco fabricantes instalados aqui e poderíamos ter mais de 80, se tivéssemos condições isonômicas de competitividade com os produtos importados”, observa o diretor. Na transmissão, o destaque ficou por conta da continuidade dos leilões e das obras em implementação em virtude dos leilões de anos anteriores. E, na distribuição, o ano mostrou o crescimento do consumo de eletricidade pelos consumidores comerciais e industriais, os mais relevantes para o aumento do consumo global anual no País, e que gera, normalmente, aumento de investimentos nas distribuidoras. “Conseguimos realizar nossa previsão de um crescimento robusto acima de 2 dígitos em diversos segmentos, como automação industrial, automação elétrica e prebalanço

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