Revista Abinee 102 - Dezembro 2022

18 | Revista Abinee nº 102 | dezembro 2022 dezembro 2022 | Revista Abinee nº 102 | 19 ara o setor eletroeletrônico, o ano de 2022 começou marcado pelos impactos da crise de semicondutores e matérias-primas, guerra da Ucrânia e operação-padrão da Receita Federal, que prejudicaram as importações de um setor bastante dependente de insumos externos. As empresas assimilaram esses efeitos e conseguiram sustentar a atividade produtiva. Entretanto, a expectativa de melhora no segundo semestre, com crescimento importante no ano, não se cumpriu integralmente, em função da queda no consumo e da inflação alta, que afetaram, principalmente, o desempenho de bens de informática e de utilidades domésticas. Por outro lado, as áreas de bens de capital e de infraestrutura tiveram resultados melhores com projetos desengavetados. “Foi um ano brilhante para o Brasil, dentro de suas possibilidades, embora com resultado para o setor eletroeletrônico abaixo da indústria como um todo”, afirma o diretor do Departamento de Economia da Abinee, Celso Martone. Diante das dificuldades, o setor novamente demonstrou sua resiliência, capacidade produtiva e o poder de se tornar cada vez mais eficiente e oferecendo produtos inovadores. “Tivemos um 2022 de muitas incertezas no setor de tecnologia, principalmente em razão dos problemas da pandemia que causaram casos diversos lockdown na China e riscos contínuos de desabastecimento e desorganização na cadeia logística mundial”, afirma o diretor da Área de Componentes Elétricos e Eletrônicos da Abinee, Rogério Nunes. Ele menciona também outros fatores críticos, como a Guerra na Europa, que impactou o consumo de produtos de tecnologia naquele mercado, e as tensões P xxxxxxxx balanço 2022, a força de um setor que inova criadas nas relações entre Estados Unidos e China, que resultaram em sanções a semicondutores, máquinas e equipamentos empregados na manufatura destes componentes e até a limitação de uso de certos componentes. “Estamos agora na expectativa da publicação da MP de semicondutores anunciada pelo governo, que definirá as linhas mestras do ‘Plano Brasil Semicondutores’ (PBS), que certamente trará a expansão dos negócios, novos produtos, novas parcerias e a atração de grandes players mundiais para desenvolver suas atividades no Brasil”, afirma. Na opinião do diretor, o PBS, que visa não somente o mercado doméstico mas as exportações, vai atuar de forma transversal na cadeia de semicondutores, podendo gerar negócios nos segmentos de design, encapsulamento, difusão, além de desenvolver diversas áreas em recursos humanos dedicadas ao setor. Outra boa notícia na área de componentes foi a prorrogação, até 2026, do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores (PADIS), cuja vigência acabaria em janeiro de 2022. O programa dá incentivos fiscais à indústria de dispositivos eletrônicos semicondutores, como displays de LCD, células fotovoltáicas, chips de memória, entre outros. Nas áreas de telecomunicações e de dispositivos móveis a grande novidade foi a chegada da tecnologia 5G ao mercado brasileiro. Após o leilão de frequências ocorrido em 2021, este foi o ano inicial da implementação das redes para suportar a tecnologia, além do lançamento de novos modelos de celulares compatíveis com o 5G. Assista aos vídeos dos diretores de áreas sobre os resultados do ano

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