O Brasil na economia digital

O BRASIL NA ECONOMIA DIGITAL 27 Confiamos que temos a dimensão do caminho a ser seguido e o diálogo com o governo é fundamental. Nesse sentido, também se faz necessário a recriação do Ministério da Indústria e Comércio, como interlocutor para conduzir as pautas relacionadas a esse setor. 4.2. MODERNIZAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO Ao mesmo tempo, a maior crise hídrica pela qual o Brasil passou nos últimos 90 anos acendeu o alerta em relação ao abastecimento de energia elétrica, podendo afetar drasticamente a atividade produtiva. A Abinee, representando as empresas associadas fabricantes de equipamentos de GTD, contribui com o Ministério de Minas e Energia apresentando medidas de curto prazo, para passarmos por este momento de crise, como a implementação massiva da tarifa branca, armazenamento de eletricidade e ações de eficiência energética. Também buscamos estimular o debate sobre as causas estruturais do problema. Nesse sentido, a Associação tem vocalizado a necessidade da digitalização e modernização da infraestrutura elétrica. Se por um lado a matriz de geração está mais diversificada e o sistema de transmissão mais robusto em relação à crise de 2001, a necessidade de utilização de energia elétrica hoje é muito maior, o que torna urgente a modernização dessa infraestrutura, essencial ao crescimento econômico. Um estudo encomendado pela Associação e conduzido pelo consultor Cyro Bocuzzi, identificou que, em 2020, a Aneel viabilizou um socorro financeiro de cerca de R$ 15 bilhões às empresas distribuidoras, em decorrência da redução de suas receitas durante a pandemia. A desaceleração econômica com a queda do consumo deveria permitir uma sobra de energia e sustentabilidade dos reservatórios, o que não ocorreu. Este socorro foi a quinta iniciativa dos últimos 25 anos para equilibrar as contas do setor, totalizando mais de R$ 412 bilhões no período. Todo este dispêndio seria suficiente para implantar por três vezes um programa completo de redes inteligentes em todo o território nacional, incluindo sistemas de automação e telemedição de todos os consumidores, com integração em larga escala de recursos distribuídos de energia. O modelo do setor dá sinais claros de esgotamento desde 2012, quando a Medida Provisória 579, que renovou concessões das usinas hidrelétricas e objetivava a redução nos preços da energia, contrariou as regras até então estabelecidas e pro-

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