A Automação da indústria aos demais setores

18/06/2020

A automação e as transformações digitais são realidades que vieram para ficar. E avançam, a cada dia, nos mais diversos setores da economia. Seja nos países economicamente mais avançados do mundo, seja nas nações ainda em desenvolvimento, é uma mudança irreversível.

Essas indústrias, representadas no Brasil pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), estão em constante processo de desenvolvimento de novas tecnologias integradas, baseadas na eficiência e sustentabilidade, para atender aos diversos segmentos da economia brasileira, com produtos e soluções voltados para as áreas comercial (hospitais, shoppings, hotéis e empreendimentos comerciais diversos), e industrial (automobilística, química, mineração, alimentos e bebidas, papel e celulose, embalagens, etc), bem como para o agronegócio.

Na saúde

Um dos exemplos da utilização das tecnologias de automação, robótica e IoT, integradas ao uso de dispositivos conectados, são os hospitais que têm se tornado cada vez mais modernos e eficientes em sua estrutura, tratamentos, serviços e equipamentos.

A implementação de softwares e robôs contribuem para o monitoramento remoto de sinais da saúde das pessoas e para otimizar os processos de rotina, que vão desde registros clínicos, históricos de pacientes, segurança na administração de medicamentos, correta nutrição de pacientes, localização rápida de produtos, controle de estoque e de materiais descartáveis, evitando desperdícios, dentre outros valores agregados.

A digitalização dos registros permite o fornecimento de pulseiras de identificação com códigos de barras para pacientes, contendo informações essenciais e uma visão 360º do quadro clínico em tempo real, de forma a auxiliar o trabalho de médicos e especialistas do setor.

A automação hospitalar propicia, também, soluções que asseguram a operação de locais críticos como UTIs e salas cirúrgicas em caso de falhas na rede elétrica. Permite ainda a gestão da iluminação e ruídos, monitoramento remoto em tempo real para a prevenção de incidentes, além da manutenção do ambiente do quarto garantindo o conforto dos pacientes internados. Outra aplicação é a garantia da segurança hospitalar, como controle de acesso, detecção de intrusão, gerenciamento de visitantes, vigilância por vídeo.

Dessa forma, com a utilização de tecnologias integradas é possível prestar um atendimento médico otimizado, individualizado e eficiente a cada paciente, além de ser uma ótima oportunidade para potencializar a automação inteligente dos sistemas de saúde, abrindo espaço para a redução de desperdícios e aumento da eficiência dos hospitais e clínicas, proporcionando melhor qualidade e mais segurança no atendimento ao cidadão que depende do sistema de saúde.

Na agricultura

Os processos de automação ocupam um papel fundamental no desenvolvimento agrícola do País, regidos por tecnologias distintas, que foram criadas e adaptadas às características locais. Esse processo possibilitou ao Brasil alcançar uma posição de destaque nesse segmento, não apenas no aumento da produção, cumprimento de prazos de plantio, gestão para competitividade, presença forte nas exportações, mas essencialmente para o futuro da segurança alimentar e da bioenergia mundial.

Neste setor, a automação – com uso de softwares integrados, big data e IoT na agricultura de precisão – vem sendo cada dia mais eficaz para a implementação de sistemas de gestão que levam em conta as diferentes condições que determinado terreno produtivo pode apresentar em termos de fertilidade, acidez, irrigação, vulnerabilidade a pragas e outros quesitos relevantes à sua produtividade na lavoura.

Ao mesmo tempo, as ferramentas de eletrônica embarcada em máquinas agrícolas e sistemas de informação geográfica contribuem para trazer mais qualidade e maior rendimento à semeadura, aumentar o retorno econômico, reduzir o trabalho na coleta dos dados da lavoura, além de minimizar o impacto ambiental.

Todo este monitoramento pode ser realizado por meio de software para coleta de dados e imagens para tablets e smartphones, nos quais o produtor tem um diagnóstico completo do plantio até a colheita, podendo tomar decisões e ações efetivas com base nas informações coletadas em tempo real.

Após todo este processo, a automação ainda continua presente na higienização, seleção dos produtos, embalagens, paletização e distribuição, garantindo a entrega de um produto com mínimo de manuseio, o que reduz a sua contaminação.

A aplicação de soluções tecnológicas ainda se faz presente nos supermercados, hortifruti e demais estabelecimentos que contam com caixa de autoatendimento, onde o consumidor escolhe seus produtos, passa suas próprias compras no caixa, paga no cartão, sem a necessidade de interação humana. É a automação presente em todo o processo, desde o plantio até a gestão na logística de distribuição, zelando pela qualidade dos alimentos que chega até a mesa do consumidor final, bem como sua saúde. Os impactos positivos são inúmeros e podem ser evidenciados, principalmente durante este período de isolamento imposto pela pandemia Covid-19.

Na indústria

Hoje vivemos um momento sem precedentes e de impactos profundos em como vivemos e trabalhamos em função das transformações tecnológicas e para o setor industrial não é diferente. A migração para o mundo digital contempla processos fabris (indústria 4.0) e cadeias de fornecimento, que contribuem não só para a eficiência operacional, como também para a sustentabilidade – teoria esta que vem se comprovando nesse momento de crise.

Nesse cenário, a automação de máquinas e processos industriais ganham uma relevância muito grande. Como já mencionado, tecnologias de automação vêm sendo aplicadas no Brasil há algumas décadas, porém ainda temos muito a fazer. O caminho, de uma maneira pragmática, é digitizar, digitalizar e digitalmente transformar.

Digitizar é conectar máquinas e processos, estabelecendo a migração do analógico (documentos, notas fiscais, entre outros dados físicos) para o mundo digital, ou seja, disponibilizando as “coisas” na internet.

Digitalizar é usar todas as informações digitais disponíveis, permitindo operações mais seguras e eficientes, exigindo menos interferência humana.

Transformar digitalmente é quando toda essa base digital de controle é utilizada para criar novos modelos de operações. Esse é o caso, por exemplo, dos grandes mineradores, que já começam seus estudos para criar centros de operações integrados e distantes das minas, reduzindo as equipes em campo.

Tendo esses três aspectos como aliados, os grupos industriais que têm o desempenho menos impactado nesse momento de pandemia são aqueles que mais investiram em automação. Essas empresas conseguem ser digitais em suas operações, garantindo a continuidade de suas operações, e, ao mesmo tempo, protegendo e minimizando os impactos na saúde de seus colaboradores e sociedade, por exigir menos interação física.

No segmento da robótica industrial e da automação industrial, este novo cenário nos mostra que o uso da tecnologia disponível ajuda a diagnosticar e atuar na prevenção de falhas remotamente. A robótica ainda ajuda na flexibilização da linha de produção, adaptando-a a diferentes tipos de produtos. No campo do controle de processos, é possível utilizar hoje as ferramentas de Analytics e Inteligência Artificial para criar modelos matemáticos e estimar a demanda de produtos e manutenção preditiva durante e após a pandemia.

A automação e digitalização, que vêm se provando fundamentais desde o advento da Covid-19, serão ainda mais impulsionadas no novo normal, seja por estarem no centro do planejamento de toda e qualquer empresa, como cada vez mais inseridas nos diversos segmentos da economia e da sociedade, garantindo eficiência e otimização de recursos naturais, além do desenvolvimento econômico e humano.