22 jul FIEE Abinee TEC 2021: tecnologia com qualidade de vida
22/07/2021
As inovações e mudanças tecnológicas que impulsionam as cidades inteligentes só têm sentido quando trazem benefícios à vida da população. Nesse sentido, educação e inclusão digital são fundamentais para melhor atender o cidadão. Essa foi a conclusão do painel “Transformação Digital para Cidades Sustentáveis”, realizado hoje (22) durante o FIEE Abinee TEC 2021 Digital Week, mediado pela sócia líder para Indústrias de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloitte, Marcia Ogawa.
Além disso, as cidades do futuro devem ter como foco iniciativas para combater as mudanças climáticas e outros impactos ambientais. O painel reuniu mulheres representantes do Poder Público e das indústrias, além do presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato.
“De nada adianta a cidade ser inteligente e cheia de tecnologia se isso não contempla a dimensão humana”, sustentou a diretora de Relações Governamentais da Dell, Rosana Galvão. A diretora financeira da Digital Industries da Siemens, Lilian Pacheco, concorda. “Precisamos sim usar toda a transformação digital para tornar as cidades lugares mais sustentáveis para as pessoas”, afirmou. “A tecnologia só é válida se utilizada para que a pessoa atinja todo o seu potencial.”
Já para Marcia Ogawa, da Deloitte, “as organizações criam valores sustentáveis de longo prazo e uma cultura inovadora que faz com que cada vez mais os investidores olhem se há nos projetos os compromissos com a sustentabilidade e com a sociedade.” E a coordenadora-geral de Transformação Digital do MCTI, Eliana Emediato, incluiu em sua apresentação o tópico da educação como pilar do desenvolvimento tecnológico. “É muito importante educar as pessoas para o uso da tecnologia”, afirmou
A secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, Patricia Ellen, destacou as iniciativas de inovação do governo de São Paulo e as ações que colaboram com o desenvolvimento econômico sustentável e inovador.
Entre as iniciativas mencionadas estão as ações para a redução da emissão de carbono. Ela lembrou que esta semana, no Fórum de Davos, o governador assinou um decreto que inclui São Paulo no programa “Carbono Zero”, das Organizações das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de diminuir a emissão de gases responsáveis pelo efeito estufa.
Eliana Emediato lembrou que a Estratégia Brasileira de Transformação Digital, que completa quatro anos em 2022, está sendo revista e aprimorada. “Será uma grande oportunidade para verificar o que foi feito e aperfeiçoar nosso trabalho”, disse. Ela ressaltou que o Ministério tem trabalhado em algumas frentes a fim de sensibilizar a sociedade para a transformação digital.
A coordenadora do MCTI mencionou as atividades da Câmara Brasileira da Indústria 4.0, integrada pela Abinee, além da Câmara de Cidades Inteligentes. Falou também da Estratégia Brasileira de Inteligência Digital, com 73 ações a serem implementadas. “Essas iniciativas só serão implementadas com a ajuda de toda a sociedade”, afirmou.
Segundo ela, a Câmara de Cidades Inteligentes tem foco em quatro frentes: desenvolvimento urbano e sustentável; soluções de tecnologia para cidades inteligentes; soluções de tecnologia de baixo carbono e infraestrutura e conectividade. Já a “Carta brasileira das Cidades Inteligentes” traz um roteiro de orientação para gestores de cidades, como prefeitos e secretários, com pontos estratégicos que tratam da integração da transformação digital com as políticas que a cidade já têm.
Fabiana Schurhaus, diretora técnica da IBM, ressaltou a grande aceleração da transformação digital, principalmente durante a pandemia e do papel essencial da tecnologia nessas mudanças. “Tivemos uma revolução no mercado, inclusive com o aparecimento de profissões cada vez mais voltadas a áreas tecnológicas”, lembrou. Ela mencionou o compromisso da IBM com a educação e a inclusão digital, citando programas e parcerias da empresa para dar acesso a estudantes a recursos tecnológicos. “Esse é um caminho sem volta; a transformação digital vai seguir em ritmo cada vez mais acelerado.”
Lilian Pacheco, da Siemens, tratou das soluções de infraestrutura da empresa, em parceria com o Poder Público, para tornar as cidades mais seguras e sustentáveis, os transportes mais inteligentes e os edifícios com maior eficiência energética. Entre os programas da Siemens, ela citou o Aguaduna, cidade inteligente e autossustentável que será construída a partir deste ano na região de Entre Rios, no litoral norte da Bahia. Uma plataforma de IoT baseada em nuvem da Siemens funcionará como uma agregadora de dados dentro da cidade e permitirá maior interação de seus habitantes com o ambiente.
“Não teremos um mundo sustentável até que todas as pessoas possam ter acesso à tecnologia”, disse Pacheco, que citou exemplos desenvolvidos pela empresa para capacitação de pessoas com deficiência, como um laboratório de ensino a distância com uma plataforma inclusiva que permite que pessoas com deficiência possam interagir com a máquina.
O presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, mencionou os programas e iniciativas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para promover o fomento da inovação tecnológica gerada no setor eletroeletrônico. Ele lembrou que os painéis realizados esta semana durante o Abinee TEC têm destacado o papel fundamental do setor público na condução de políticas que impulsionam a tecnologia e a inovação.
Para a representante da Siemens, de fato, os obstáculos só serão superados com regulação, academia, governo e setor privado, atuando conjuntamente. “Os recursos ainda são muito limitados. Portanto, temos que trabalhar juntos para acelerar as transformações digitais”, concluiu.