Abinee TEC 2021: Ações e políticas públicas para transformação digital em debate

19/07/2021

Após a cerimônia de abertura do Abinee TEC 2021 Digital Week, foi realizado o painel Inovação para Transformação Digital, que discutiu a importância da transformação digital para impulsionar o crescimento econômico e a inovação no setor industrial, inserindo a estrutura produtiva no contexto internacional.

Mediado pelo CEO da Siemens, Pablo Fava, o Painel contou com a presença do secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim; do secretário executivo do Ministério das Comunicações, Vitor Menezes; do presidente substituto da Anatel, Emmanoel Campelo; e do diretor de Operações da Embrapii, Carlos Eduardo Pereira. Também esteve presente o coordenador de Tecnologias Digitais do MCTI, Henrique Miguel.

Instado sobre os principais mecanismos de apoio no âmbito do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o secretário de Empreendedorismo e Inovação da pasta, Paulo Alvim, afirmou que, além da Política de TICs, há todo um conjunto de iniciativas em andamento para o apoio a inovação, como a Estratégia de Transformação Digital, o Plano de IoT e o Marco legal de Startups.

Ele citou também, como parte de uma oferta centrada em recursos públicos e privados, as três agências vinculadas ao MCTI – CpqD, Finep e Embrapii, que robustecem a capacidade do sistema de tecnologia do País e contribuem para mitigar o risco de inovação. “Inovar envolve três tipos riscos – tecnológico, de mercado e financeiro.  Por isso, é fundamental fortalecemos o ecossistema de políticas públicas convergentes para apoiar iniciativas, principalmente, de inovação aberta nas empresas”, afirmou.

Carlos Eduardo Pereira, diretor de Operações da Embrapii, respondendo ao questionamento sobre a posição do Brasil no ranking de inovação, citou que modelos de parceria entre academia e empresas são uma das saídas para diminuir os riscos do processo de pesquisa e desenvolvimento. “Temos mobilizados redes de instituições de pesquisa, como no caso de inteligência artificial, para desenvolver projetos e soluções para habilitar produtos mais inovadores e novos modelos de negócio”.

Os avanços da implantação do 5G no País e a necessidade de expansão das redes foram abordadas pelo secretário executivo do Ministério das Comunicações, Vitor Menezes. “A transformação digital pressupõe uma infraestrutura básica para a conectividade”, disse. As políticas endereçadas pelo Ministério devem promover essa rede. “Hoje 80% da população está conectada. Porém 20% restantes ainda necessitam de conectividade e são as mais difíceis de serem acessadas”. Nesse sentido, ele lembrou, foram incluídas no edital de 5G obrigações de instalação de fibra ótica e de cobertura 4G em cidades e localidades que ainda não possuem as tecnologias. “Outra iniciativa foi estabelecer cronogramas para ativação dessa tecnologia, além do padrão standalone, que vai permitir uma transformação digital real nas linhas de produção no Brasil”, acrescentou.

Também destacando a infraestrutura de telecomunicações, o presidente substituto da Anatel, Emmanoel Campelo, afirmou que as redes deverão ser ampliadas para suportar o tráfego da nova tecnologia. “Mas apenas o aumento de capacidade não é suficiente, é necessário também ampliar a abrangência das redes”, disse. Ele destacou que o 5G terá impacto em áreas como agronegócio, óleo e gás e mineração, que são desenvolvidas em locais pouco povoados ou remotos, nos quais as redes estão menos presentes. “Para diminuir esses gaps de infraestrutura, estão sendo desenvolvidas diversas iniciativas pelo Poder Público”.  No caso da Anatel, que tem o papel de executar as políticas públicas, ele citou, além do edital 5G, ações como a adoção das “obrigações de fazer” (troca de multas por investimentos que contribui para acelerar a expansão da rede de transporte de alta capacidade (backhaul); os termos de ajustamento de conduta (TACs), com o objetivo de solucionar infrações exigindo investimentos em fibra ótica; e a revisão de metas de universalização aprovada em janeiro deste ano.

Durante o painel, também foram abordados temas levantados pelo mediador Pablo Fava e pelos espectadores do evento, como cibersegurança, redes privadas 5G e indústria 4.0.