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30 jan Pressão de custos pode comprometer desempenho do setor eletroeletrônico
A elevação da Taxa Selic anunciada pelo Banco Central, a manutenção do câmbio em patamar próximo aos R$ 6, além do prolongamento da greve dos auditores da Receita Federal têm impactado os custos das indústrias elétricas e eletrônicas neste início de ano. Na avaliação da Abinee, esse cenário pode acarretar aumento de preços e comprometer o desempenho do setor em 2025.
Segundo a Associação, a alta dos juros e a perspectiva de novas elevações impactam diretamente nas vendas do setor. Por sua vez, a desvalorização cambial também afeta os custos logísticos, com elevação nos preços dos fretes e de armazenamento. Recente Sondagem realizada pela Abinee apontou que metade das pesquisadas indicou atrasos no recebimento de cargas importadas, considerando todos os modais de transporte. No caso das vendas para o mercado externo, 39% do total de empresas exportadoras relataram problemas no envio de cargas por via marítima. Somado a isso, as empresas tem demonstrado preocupação com a greve na Receita Federal, iniciada em 26 de novembro, que vem atrasando entregas e desembaraços de cargas. “Precisamos de ações efetivas do governo para resolver esse problema que se arrasta há 60 dias”, alerta o presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato. Segundo ele, já há relatos de empresas com paralisação parcial da produção.
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do Setor Eletroeletrônico de janeiro já reflete essas dificuldades. Conforme dados da CNI agregados pela Abinee, o ICEI recuou 3,6 pontos no primeiro mês do ano, passando de 52,4 para 48,8 pontos. Com essa queda, o ICEI inicia o ano abaixo da linha divisória de 50 pontos, demonstrando falta de confiança. “Estes resultados mostram que os empresários do setor permanecem pessimistas com o rumo da economia brasileira”, afirma Barbato.
A expectativa da Abinee é de que o faturamento do setor deverá somar R$ 241 bilhões em 2025, crescimento de 6% em relação a 2024. “Muito provavelmente, teremos que revisar essa projeção diante desse eventual aumento de custos e, por conseguinte, de preços”, conclui Barbato.