Encontro Anual da Abinee reúne autoridades e empresários

A Abinee realizou na sexta-feira (6 de dezembro) o Encontro Anual da Indústria Elétrica e Eletrônica, no Clube Monte Líbano, em São Paulo. O evento reuniu mais de 500 convidados, entre ministros, secretários de Estado, parlamentares, representantes do Executivo e Legislativo e empresários. O protagonismo do setor eletroeletrônico para a retomada industrial foi um dos principais temas abordados pelas autoridades presentes.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos, ressaltou as medidas contidas no programa Nova Indústria Brasil (NIB) para a transformação digital do Brasil e ressaltou o papel da indústria elétrica e eletrônica. “O setor está intrinsecamente conectado com o que queremos para o futuro do país”.

O presidente executivo da Abinee, Humberto Barbato, destacou a presença do setor eletroeletrônico nas principais ações anunciadas no âmbito do NIB, ressaltando a missão 4, que contemplou a extensão dos incentivos da lei de TICs e o Padis, além da criação do Programa Brasil Semicon.

Barbato também falou sobre os desafios como a regulamentação da Reforma Tributária. “Uma quebra de acordo, que alterou o texto original encaminhado pelo Executivo, pode transformar esse sonho num pesadelo ao comprometer o equilíbrio existente entre a Zona Franca de Manaus e os demais estados”, afirmou. A Abinee está se mobilizando junto ao Congresso na tentativa de reverter o quadro.

Sobre este tema, a ministra Luciana Santos se comprometeu em atuar para a manutenção do equilíbrio tributário entre a Zona Franca de Manaus e os demais estados brasileiros nas discussões da Reforma Tributária.

O deputado Vitor Lippi, presidente da Frente Parlamentar Mista para o Desenvolvimento da Indústria Elétrica e Eletrônica, também se colocou à disposição para garantir a manutenção da isonomia produtiva em todo o território nacional. “Temos chances de ganhar. Mas se não ganharmos, vamos lutar em todas as instâncias para o presidente Lula vetar isso que é um prejuízo ao país”.

Outro assunto destacado durante o evento foi o combate ao mercado irregular de celulares, foco de forte atuação da Abinee durante o ano.

O conselheiro da Anatel, Alexandre Freire, representando o presidente da agência, Carlos Baigorri, ressaltou a parceria com a Abinee na implementação do Plano de Combate à Pirataria, iniciado em 2018. Segundo Freire, mais de 8 milhões de produtos irregulares já foram apreendidos, evitando um prejuízo estimado em R$ 757 milhões para a indústria. A colaboração entre Anatel e Abinee foi apontada como essencial para fortalecer o setor de telecomunicações e reduzir os impactos da pirataria, contribuindo para um mercado mais seguro e regulado.

As ações de combate ao mercado irregular de celulares também foram salientadas pelo chefe da divisão de repressão ao contrabando da Receita Federal em São Paulo, Alan Towersey, que abordou as recentes operações realizadas em conjunto com a Polícia Federal.

Setor estratégico

Representando o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, a secretária-executiva da pasta, Sônia Faustino, destacou que a transformação digital é uma força motriz essencial para o desenvolvimento social e econômico do país. “A conectividade, a automação e a integração de tecnologias eletrônicas têm redesenhado a maneira como interagimos, trabalhamos e vivemos. Nesse contexto, o setor elétrico e eletrônico é fundamental, sendo o alicerce de grande parte dessas inovações”, afirmou.

“No Ministério das Comunicações, entendemos o papel estratégico que a indústria desempenha, não apenas como catalisadora de crescimento econômico, mas também como ferramenta para promover inclusão social e reduzir desigualdades. Nosso trabalho tem se concentrado em implementar políticas públicas que fortaleçam o ecossistema digital brasileiro, promovendo investimentos em infraestrutura, incentivando a inovação local e criando condições para o desenvolvimento sustentável da indústria”, complementou a secretária.

Segundo ela, o Ministério continuará trabalhando de forma colaborativa com os setores público e privado, buscando construir um Brasil “mais inovador, conectado e inclusivo”.

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, destacou que “o setor elétrico é o coração para a transição energética global, possibilitando a eletrificação dos demais setores produtivos e soluções inovadoras como o hidrogênio renovável”.

Em sua avaliação, o Brasil tem forte vocação para as energias de baixo carbono, a julgar pela matriz elétrica sustentável com predominância de fontes renováveis. O diretor-geral da agência ressaltou ainda a relevância da política industrial para o desenvolvimento econômico, sendo necessária uma estratégia robusta que promova a inovação, aumente a competitividade e diversifique a economia do país. “O setor elétrico é central nesse contexto por viabilizar o crescimento econômico e social associado à sustentabilidade ambiental”, disse.

Esse tema já havia sido abordado pelo presidente do Conselho de Administração da Abinee, Claudio Lorenzetti, na abertura do evento. Ele destacou os potenciais do Brasil em favor do desenvolvimento industrial, principalmente na área de energia. “Nosso país dispõe de uma matriz de energia elétrica com mais de 90% de fontes limpas, composta majoritariamente por fontes renováveis e com grande possibilidade de expansão das fontes eólica, solar e biomassa nos próximos anos”, afirmou. “Isso é uma gigantesca vantagem competitiva.”

Segundo ele, o Brasil está muito à frente em relação a outros países e já fez sua transição energética na área elétrica, contando com o maior sistema interligado de eletricidade do mundo. “Um feito e tanto para uma nação de dimensões continentais.”

Em sua opinião, isso candidata o país como a melhor opção para atração de indústrias no mundo, estando apto também a atuar no âmbito internacional aproveitando seus potenciais.

O evento contou também com as presenças do presidente emérito da CNI, Armando Monteiro Neto; do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Campos; do secretário de Ciência e Tecnologia para a Transformação Digital do MCTI, Henrique Miguel; entre outras autoridades.

O Encontro foi patrocinado pelas empresas Adata, Apple, Constanta, Dell Technologies, Epson, Flex, Foxconn, Grupo Multi, Hitachi Energy, HP, Intelbras, Lenovo, Lorenzetti, Motorola Mobility, Nokia, Positivo, Samsung, Siemens Brasil, Tron, UCB e Zilia, e o apoio da RX Brasil organizadora da FIEE – Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica.

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